Óleo essencial de Verbena brasileira - Natu Donum Aromaterapia

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Óleo essencial de Verbena brasileira(Lippia alba)

A Lippia alba é uma planta da família verbenaceae conhecida popularmente por diferentes nomes, sendo o mais comum erva-cidreira, falsa-melissa, erva-cidreira-brasileira e muitos outros nomes. Para os óleos essenciais é conhecida como verbena-brasileira, verbena-branca ou verbena da Índia, por isso é sempre fundamental nos guiarmos pelo nome científico, pois só assim teremos certeza das propriedades da planta. É uma planta nativa de quase todo o Brasil e é muito utilizada na medicina tradicional brasileira. Seu óleo essencial é considerado um óleo raro por ter baixo rendimento, e tem um aroma cítrico e adocicado.

Lippia alba
Composição: no caso da Lippia alba existem composições diferentes de acordo com o local em que são cultivadas, cujos quimiotipos principais são o citral, a carvona e o linalol. Mas para aquisição este óleo essencial ainda não está quimiotipado como acontece com outros óleos essenciais mais “globalizados”. Assim, é muito importante se for adquirir o óleo essencial verificar junto ao fornecedor a composição de acordo com a cromatografia do OE.
Quer saber mais sobre o que é quimiotipo? Clique aqui!

O óleo essencial que a Natu Donum utiliza é produzido no Brasil e tem a seguinte composição de acordo com o fornecedor (seria o quimiotipo linalol):

Álcoois (~63%): linalol (62%), citronelol (0,33%) e geraniol (0,32%)
Sesquiterpenos (~16%): cariofileno (6,15%), germacreno (7%) e elemeno (2,8%)
Monoterpenos (~2%): sabineno (1,66%), mirceno (0,5%) e limoneno (0,4%)
Aldeídos(~1%): neral (0,55%) e geranial (0,72%).

É muito comum também o óleo essencial, de acordo, com  trabalhos publicados apresentar a composição aproximada abaixo (seria o quimiotipo citral):

Aldeídos (40-70%): citral (geranial e neral)
Sesquiterpenos (10-27%): cariofileno, germacreno, elemeno
Monoterpenos (3-11%): mirceno, ocimeno
Álcoois (2% - 4%): linalol, geraniol

Propriedades terapêuticas: No geral para os quimiotipos citral e linalol este óleo essencial ameniza estados depressivos, é sedativo, acalmando as tensões, nervosismo, inquietação, insônia, desânimo e ansiedade. É antiespasmódico, acalmando cólicas intestinais e uterinas. Também estimula a digestão. Na pele, o teor de linalol na sua constituição química, faz deste OE um potencial calmante e cicatrizante para a pele.

A seguir apresentamos as propriedades terapêuticas dos principais componentes:

Propriedades terapêuticas dos álcoois (em especial o linalol):
Sedativos (neurosedativos) e calmantes sendo bons para o equilíbrio emocional e para promover o bem-estar.  Antibacterianos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários. Estimulantes do sistema imunológico e tônicos em geral. Ação antoconvulsivante e anestésica. Adstringentes e tônicos cutâneos (BAUDOX, 2018; CLARKE, 2020 e WOLFFENBÜTTEL, 2016).

Propriedades terapêuticas dos sesquiterpenos:
Anti-inflamatórios, antissépticos e antibacterianos. Calmantes e ligeiramente hipotensivos. Descongestionantes venosos e linfáticos (BAUDOX, 2018; CLARKE, 2020 e WOLFFENBÜTTEL, 2016).

Propriedades dos aldeídos:
Calmantes e sedativos para o sistema nervoso, antidepressivos, vasodilatadores e hipotensivos. Anti-inflamatórios, antifúngicos, antibacterianos, antiviróticos, antipiréticos (reduzem a temperatura) e analgésicos. Estomáquicos e digestivos (BAUDOX, 2018; CLARKE, 2020 e WOLFFENBÜTTEL, 2016).

Contra-indicações: o óleo essencial com quimiotipo citral pode ser irritante para a pele e mucosas se não for diluído (preferencialmente somente 10% do óleo essencial diluído em óleo vegetal)

Estudos:

Apresentamos a seguir um breve resumo de estudos científicos ou revisões bibliográficas publicados em artigos de revistas, monografias ou em dissertações de mestrado, teses de doutorado bem como nos livros e outros materiais consultados.

Encontramos diversas publicações de estudos demonstrando resultados positivos com relação à ação sedativa e alguns mostrando ação anti-inflamatória. Também encontramos teses e dissertações contendo estudos deste óleo essencial demonstrando seu potencial anestésico. Estes estudos não foram incluídos aqui pois optamos por somente citar estudos realizados in vitro, ou em humanos. Mas quem tiver interesse certamente os encontrará em pesquisas na internet.

Classificamos os estudos abaixo por ações do óleo essencial.  

Ação sedativa, relaxante:
Estudo publicado em 2006 investigou a ação sedativa do componente linalol em humanos através da inalação. Mediante medições de diversos parâmetros fisiológicos foi comprovado que o componente linalol (presente no OE Lippia alba quimiotipo linalol) produziu efeitos relaxantes e de alívio do estresse (HOFERL et al, 2006).

Um estudo utilizando elixir de Lippa alba foi realizado no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS da Secretaria Executiva Regional V (SER V), em Fortaleza, Ceará.  Foi publicado em tese de doutorado e realizado com dois grupos, o grupo caso e o grupo controle, utilizando diversos testes e análises para a avaliação dos resultados. Concluiu-se, que a fitoterapia mostrou-se capaz de funcionar como tratamento coadjuvante e alternativo em substituição aos ansiolíticos. Como consequência de sua administração, pontuou-se uma melhor percepção da qualidade de vida dos sujeitos do estudo em relação aos domínios analisados, comprovando, assim, os efeitos ansiolíticos do Elixir de Lippia alba 8% (GOMES, 2014).


Antimicrobiana (antibacteriana, antifúngica, antiviral):
Estudo publicado em 2004 avaliou o potencial antimicrobiano de diferentes óleos essenciais, extraídos de plantas medicinais, sobre diversas espécies microbianas conhecidas por causarem infecções oportunistas. O óleo essencial de Lippia alba inibiu 57% das cepas testadas, com resultado promissor, em razão da sensibilidade de três espécies pertencentes ao gênero Listeria (Listeria monocytogenes, Listeria seeligeri e Listeria weilshmneri) e da resistência que tais microorganismos apresentam a antibióticos (ARAUJO et al, 2004).

Em 2010 foi publicado um estudo onde foi investigado o efeito inibitório dos óleos essenciais de Lippia alba e Lippia citriodora na replicação de sorotipos do vírus da dengue in vitro. O estudo demonstrou o efeito inibitório do óleo essencial obtido de L. alba e L. citriodora cultivadas na Colômbia em todos os quatro sorotipos do vírus da dengue, sugerindo que o uso tópico do óleo essencial pode ser explorado para a prevenção da infecção do vírus através da picada dos mosquitos vetores (OCAZIONEZ et al, 2010).

Em 2012, foi publicado estudo que objetivou avaliar a atividade antimicrobiana de vários óleos essenciais, dentre eles o de Lippia alba (erva-cidreira-brasileira), contra Candida albicans, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Como resultado o óleo essencial de L. alba demonstrou alto potencial inibitório sobre C. albicans, E. coli e S. aureus, com exceção de P. aeruginosa, que apresenta resistência à presença dos óleos essenciais testados (GEROMINI et al, 2012).

Outro estudo publicado em 2014, visou avaliar o potencial antimicrobiano do óleo essencial de Lippia alba contra Escherichia coli, Listeria inocua, Listeria monocytogenes, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella choleraesuis e Staphylococcus aureus, além de investigar o efeito dos ingredientes alimentares na sua eficácia. Os componentes majoritários do OE testado eram o citral, o neral e o limoneno. Neste estudo, os resultados da triagem antimicrobiana mostraram que o óleo essencial de L. alba tem potencial atividade antibacteriana contra todos os microorganismos citados acima (MACHADO et al, 2014).

Estudo, realizado in vitro e publicado em 2015, teve como objetivo avaliar a atividade antifúngica dos óleos essenciais de Lippia alba  e Cymbopogon citratus separadamente, bem como a mistura destes. Os  dois óleos essenciais testados apresentaram atividade fungicida para cepas de Candida sp,  sendo que a mistura dos óleos essenciais não potencializou o efeito antifúngico para os microrganismos testados(CORTEZ et al, 2015).

Em 2016, foi publicado em Seminário um estudo realizado com o objetivo de desenvolver uma formulação de uso tópico contendo OE de L. alba e avaliar a sua eficácia na inibição de Staphylococcus epidermidis. O OE de L. alba testado era rico em citral (59%), e foi incorporado 10% dele em uma formulação com uma base aniônica Lanette. A formulação se mostrou estável em temperaturas abaixo de 40°C e apresentou atividade antimicrobiana frente a cepa Staphylococcus epidermidis (SILVA & MOURÃO, 2016).

Estudo realizado em vitro e publicado em 2017 com o objetivo de avaliar a atividade antifúngica do óleo essencial extraído da erva-cidreira Lippia alba sobre leveduras de Candida albicans, apontou que os óleos essenciais extraídos das flores e folhas desta planta apresentaram ação antifúngica frente a C. albicans, sendo que o óleo da folha mostrou-se mais expressivo, uma vez que houve inibição em todas as concentrações testadas, diferente do óleo da flor que inibiu apenas na concentração de 100%. Embora haja essa diferença entre a ação inibitória dos óleos dos tecidos vegetais, ambos apresentaram resposta frente a C. albicans comprovando que a planta tem um potencial fitoterápico (BARBOSA, 2017).

Publicado em 2019, em monografia, o estudo teve por objetivo avaliar o potencial antimicrobiano do óleo essencial e do extrato de Lippia alba. Foi comprovada a atividade antifúngica tanto do extrato quanto do óleo essencial contra as cepas de Cryptococcus neoformans var neoformans (PEIXOTO, 2019).
Assista o vídeo sobre este óleo essencial  que disponibilizamos em nosso canal na Série Descobertas Aromáticas - Plantas Nativas Flora Brasileira! Clique na imagem!
Referências bibliográficas:

ARAUJO, J. C. L. V et al. Ação antimicrobiana de óleos essenciais sobre microrganismos potencialmente causadores de infecções oportunistas. Revista de Patologia Tropical, v. 33 (1), p. 55-64, jan-jun 2004.

BARBOSA, C. S. et al. Atividade antifúngica do óleo essencial de erva-cidreira Lippia alba (Mill.) N. E.Brown (Verbenaceae) sobre Candida albicans. Revista Biociências, Taubaté, v. 23, n. 1, p. 53-60, 2017.

BAUDOUX, Dominique. O grande manual da aromaterapia de Dominique Baudoux. Tradução: Mayara Correa e Castro. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018.

CASTRO, D. M. et al. Composição fitoquímica dos óleos essenciais de folhas de Lippia alba (Mill.) N. E. Br. em diferentes épocas de colheita e partes do ramo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.4, n.2, p. 75-79, 2002.

CLARKE, Sue. Química essencial para aromaterapia. Tradução de Renata Maria Badin. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2020.

CORTEZ, L. E. R et al. Avaliação da atividade antifúngica dos óleos essencias de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae) e Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf (Poaceae). Revista O Mundo da Saúde, São Paulo, v.39, n.4, p. 433-440, 2015.

GEROMINI, K. V. N. et al. Atividade antimicrobiana dos óleos essenciais de plantas medicinais. Atividade antimicrobiana de óleos essenciais de plantas medicinais. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 15, n. 2, p. 127-131, jul./dez. 2012.

GOMES, V. B. Acompanhamento do uso do Elixir de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (erva-cidreira) como ansiolítico na atenção Psicossocial. 2014. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE, 2014.

Guia Prático de Aromaterapia. 2ª edição on line 2019. Disponível em https://terra-flor.com/loja/ebooks/guia-pratico-de-aromaterapia-2a-edicao/. Acesso em 14/05/2020.

HOFERL, M. et al. Chirality influences the effects of linalool on physiological parameters of stress. Planta Medica, Oct;72(13):1188-92, 2006.

LORENZI, H. Plantas Medicinais do Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.

MACHADO, T. F. et al. The antimicrobial efficacy of Lippia alba essential oil and its interaction with food ingredientes. Brazilian Journal of Microbiology, v. 45, n. 2, p. 699-705, 2014.

OCAZIONEZ, R. E. et al.  Virucidal activity of Colombian Lippia essential oils on
dengue virus replication in vitro.  Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 105, n.3, p. 304-309, 2010.

PEIXOTO, J. S. A. Caracterização fitoquímica de extrato e óleo essencial da Lippia alba com potencial atividade antimicrobiana. Monografia (Curso de Graduação em Farmácia) - Centro de Educação e Saúde, Universidade Federal de Campina Grande, Cuité, 2019.

RHIND, Jennifer Peace. Sinergias Aromáticas: Aprendendo a combinar corretamente os óleos essenciais. Tradução de Renata Maria Badin. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.

SILVA, N. A. et al. Caracterização química do óleo essencial da erva cidreira (Lippia alba (Mill.) N. E. Br.)cultivada em Ilhéus na Bahia. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.8, n.3, p.52-55, 2006.

SILVA, D. S. & MOURÃO, R. H. V. Desenvolvimento de formulação de uso tópico  base de óleo essencial de Lippia alba (Mill.) N.E. Brown (Verbenaceae) e sua eficácia na inibição de Staphylococcus epidermidis. IV Seminário de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, 01 e 02 de setembro de 2016. Universidade Federal do oeste do Pará. 2016.

WOLFFENBÜTTEL, Adriana Nunes. Base da química dos óleos essenciais e aromaterapia: abordagem técnica e científica. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2016.

Por Edna Caliari Boni em 28/03/2021
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